Esta democracia é uma democracia liquefeita, adaptável a qualquer contentor; pouco tem a ver com a liberdade, que é um universo em expansão.
É uma encenação conveniente, o balastro do capital, sustenta-o, dá-lhe estabilidade. É útil!
Num mundo feérico em constante mutação é ela que sustenta o passado, que impõe uma representatividade anacrónica cujo único objectivo é tolher o desenvolvimento de uma nova consciência social.
Como consequência, de tantos em tantos anos as gentes elegem representantes escorados num programa que tem uma validade de nado morto.
De facto, a espuma do mundo, o que dele se liberta, é um magma em convulsão, um movimento contínuo de solicitações a que o poder instituído, dos eleitos, não consegue dar resposta. Todos temos consciência disso, todos de uma forma ou de outra nos envolvemos em movimentos transversais na sociedade, que dispensam a tutela das instituições, que contestam, que exigem através dessa contestação as soluções que o sistema já não consegue providenciar. Mas engana-se quem pensa que este sistema se desintegrará por via da contestação, não! Ele vai simplesmente consumir-se no esforço de auto preservação. Porque não existem alternativas na continuidade, o caminho faz-se de rupturas, de caos em caos até que surja uma nova dimensão.
Hoje não é arriscado afirmar que a queda do muro de Berlim marcou a queda do Capitalismo.
Foi aí nessa manifestação autofágica que acabou o Calendário Gregoriano.
Qual será o próximo?
"Tudo o que parece sólido se dissolve no ar", cito de memória.Não há como ter lido o Marx fora de tempo, como foi o meu caso.....eh..ehhh
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