Eles, os que habitam
torres de marfim e vêem o mundo do alto, aqueles cujas mãos servem apenas para
recolher o que nos esbulham. Que em lugar de dedos têm garras, que não sentem,
que não têm honra, que julgam que a dignidade se compra numa bolsa de valores.
Eles, os que não têm
cheiro, nem afectos, que não têm nem mãe, nem pai, que não têm pátria, que não
amam, que se reproduzem porque tem de ser.
Eles, os que temem
Deus, não porque crêem, mas porque a caridade é um negócio e o paraíso o seu
mercado.
Eles que compram
poder, que comem poder, que vivem do poder, que têm nas veias fluxos e refluxos
do sangue que o seu poder usurpa.
Eles, os que têm ao
seu dispor exércitos de chacais e de hienas e de pulgas solícitas e
saltitantes, eles, que têm ao seu dispor os executores do medo.
Esses!
Olham para nós e vêem
pontos minúsculos, sobre a terra, e nessa distância irreal que a sua arrogância
inventa, julgam que nos podem esmagar e usar, que nos podem sequestrar os
sonhos, porque para eles somos nada.
Mas como se enganam!
Porque nós somos tudo,
somos nós que vivemos, que temos dúvidas, somos nós que criamos vida porque
amamos os nossos filhos como se fossem os únicos, porque lutamos, porque foi à
nossa custa que as suas torres de vento e de nada se ergueram, porque foram a
nossa memória e o nosso desejo, que construíram o mundo.
Nós somos os deuses,
somos nós os espoliados, os sofredores, os homens e as mulheres de carne e osso
que fazemos a vida, e vai ser do nosso sopro, com o ar que se liberta das asas
de uma borboleta e se transforma em tufão que derruiremos as suas torres, que
traremos de volta a magnífica superioridade das nossas imperfeições, o perpétuo
movimento da condição humana, o desígnio da liberdade e da igualdade e da
fraternidade.
Nós somos o coração
dos sonhos.
esses putos ai que ficam comendo as muiê! Homem de verdade come o cú delas e não a carne ¬¬'
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