terça-feira, 27 de setembro de 2011

Petulantes são os cravos que já murcharam e ainda não deram por isso…



Para dia 15 de Outubro existe uma proposta de manifestação que se tudo correr bem terá lugar no país inteiro, melhor dizendo, em diversos pontos deste país.
É uma manifestação de múltiplas bandeiras, uma manifestação de descontentamento, de recusa, de afirmação pela escolha de caminhos diferentes daqueles que nos querem impor.
Uma manifestação política!
Todos os dias assistimos à retirada de direitos, à imposição de sacrifícios, à sonegação de informação que nos permita no mínimo antecipar o que será o amanhã. Ninguém que viva exclusivamente do seu trabalho, pode afirmar com segurança que não estará no desemprego, que não se verá numa situação precária, que não terá de um dia vir a recorrer à caridadezinha assistencialista em que pretendem transformar todos os direitos que julgávamos ter conquistado no 25 de Abril.
É de facto uma manifestação política, uma demonstração de força, um grito de revolta e ao mesmo tempo de aviso. Não podemos continuar assim, não vamos permitir que isso aconteça.
Quando o primeiro-ministro e o ministro das finanças afirmam que o pior ainda está para vir, quando todos os dias somos confrontados com desvios criminosos de dinheiros públicos, e aqui convém salientar que o dinheiro não desaparece por artes mágicas, ou seja, alguém se aproveitou, alguém ficou com ele; quando sistematicamente vemos o trabalho taxado e o capital a saltar de bolso em bolso, de ostentação pacóvia em ostentação pacóvia, quando as bolsas de estudo dos nossos filhos desaparecem, quando os livros são pagos a preço de ouro, quando aumentam o preço dos transportes e o passe social e fazem o favor de transformar trabalhadores em indigentes, para que tenham desconto nos mesmos, quando cortam nos abonos de família e aumentam as tarifas da água, do gás, da luz; quando aumentam o IVA, quando inventam o despedimento por justa causa à medida das conveniências do patronato, quando reduzem indemnizações e prazos de subsídios, quando aumentam as taxas moderadoras e os preços dos medicamentos, quando diminuem pensões e reformas, quando nos sufocam e matam aos poucos de morte segura e sofrida… A manifestação é política e é uma declaração de princípios; de cidadania de respeito por nós próprios, pelos nossos filhos, pelos nossos pais.
Podemos fazer disto o que quisermos, não podemos é deixar que façam de nós o que quiserem.
Não é à toa que o único ministério que vê as suas verbas aumentadas é o MAI, o ministério da repressão.
Dia quinze de Outubro vai ter lugar o início do debate do OE para 2012, na rua, no emprego, na escola, em toda a parte temos uma palavra a dizer.
Sem medo de perder o que quer que seja, PORQUE JÁ NÃO TEMOS NADA!

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