sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Os Amigos Anónimos


Subi as escadas até ao terceiro andar. Escadas de madeira, carunchosas e irregulares, a pedirem esforço...
No patamar a porta da direita estava entreaberta, bati, nenhuma resposta. Voltei a bater, ouvi então uma voz metálica: "entrre".
Entrei. à minha frente um corredor longo e penumbroso, ao fundo uma luz amarelada saía de outra porta, também entreaberta. Dirigi-me até ela e entrei na sala. O espaço era pequeno, asfixiante, ocupado por gente magra, triste, de ar cavado, sentada em bancos toscos de madeira que formavam um círculo, um deles estava desocupado. No centro uma mulher forte, loira, de sobretudo de cabedal preto, ostentava o seu poder sobre os demais.
Com um aceno indicou-me o banco disponível, e na voz metálica que antes ouvira mandou-me sentar. Foi isso que fiz.
"Quem és tu?" perguntou seca.
Respondi. "Chamo-me Carlos e há três meses que não como".
"Bem vindo Carlos" retorquíram os demais...

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