quinta-feira, 24 de novembro de 2011

25 de Novembro, sempre! 2ª. parte


Estabilizado a situação, um ano depois iniciava-se a normalização democrática. As eleições produziram os resultados esperados.
Um sistema teoricamente inclinado à esquerda, mas que nunca produziu maiorias de esquerda. Aliás, consegue ser o único país do mundo onde um partido se chama social-democrata e faz parte do partido popular europeu que agrupa a direita europeia.
Mas o que se passou antes?Um dos mais extraordinários acontecimentos políticos da história europeia: um golpe militar que se transformou numa Revolução.
Centenas e milhares de pessoas, despolitizadas, pouco habituadas a participar na vida da pólis, com o medo da Pide, do patrão, do sr. Diretor Geral, tomaram o seu destino nas mãos. Sim, claro, com exageros. Mas foi um tempo em que os portugueses construíram na rua, na luta, o seu futuro e o seu destino.
Foram as Comissões de Moradores, as ocupações de terras para serem produtivas, as fábricas, parte delas falidas pela crise internacional... e pela fuga dos donos de Portugal
Isto, a Direita portuguesa, a mais estúpida do mundo, como os Bourbons, que não esqueceram nada e não aprenderam nada, nunca perdoou.
Tem agora a oportunidade que desenhou, suspirou e promoveu durante anos. Vingar-se!
Vingar-se das leis do trabalho, dos 14 meses de salário, do direito das pessoas que trabalham a uma saúde decente ( honra a dois homens bons, António Arnaut e Albino Aroso...), a reformas públicas, a escola para todos, a transportes baratos e eficientes, no fundo ao nosso incipiente Estado Providência.
Isto, esta gente não perdoa.
Acantonados no Fórum para a Competitividade, ou no Compromisso Portugal, ou numa palermice chamada Projecto Farol, esta gente, que não dá a cara, viu a sua oportunidade.
A esquerda fez-lhe o favor de iniciar o caminho.
Só na rua serão parados.
Só nas pontes entre as esquerdas encontraremos a alternativa ou as alternativas.
O regime saído de 25 de Abril terminou. Discutamos as alternativas, ou então como Warren Buffet bem avisou: " Sim. É uma luta de classes, e a minha está a ganhar".
Resta saber se é isto que queremos.

ps. O título do post é, obviamente, uma blague.

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