Quero dizer aqui uma
coisita simples, uma confissão, um desabafo, o que lhe quiserem chamar.
Esta história da
democracia, que os comensais anafados da liberdade dos outros, afirmam ser o
menor dos males no que à participação popular diz respeito, é uma grande tanga!
Uma falácia! Um mito!
“ A minha liberdade
acaba onde começa a liberdade dos outros”. Então a liberdade é distribuída a
retalho? Todos temos uma parcela só nossa? Neste quadro, tenho de me sujeitar
ao facto de alguns terem uma parcela muito maior do que a minha? Caso não
concorde, para afirmar a minha liberdade tenho de invadir a dos outros? Não me
parece.
“Em democracia, a
maioria decide.” Mas que maioria? O que é isso da maioria?
Mesmo que essa maioria
existisse e não existe, existem múltiplas maiorias ocasionais, algumas delas
altamente improváveis, (por isso inventaram os referendos) como é que ela
poderia sustentar em cada momento a sua própria existência? Constituindo um
banco de liberdade, em que os cidadãos periodicamente depositassem numa caixa,
a prazo, os seus títulos de liberdade individual? Mas nesse caso a liberdade
deixaria de ser individual, não começaria nem acabaria na liberdade dos outros…
aliás nem seria liberdade, seria um endossamento da mesma à maioria. E depois?
Como decidiria a maioria? Atribuiria o poder de decisão a alguns cidadãos
mandatados para isso? É uma decisão bastante cruel e que vai contra a essência deste
tipo de liberdade, já que sobreporia o interesse da maioria à liberdade desses
cidadãos decidirem por si. Contradição insanável.
Por outro lado, sendo
a liberdade distribuída de forma pouco transparente e desigual, o que garante
que a maioria não seja apenas expressão da vontade daqueles que têm uma
liberdade maior? Nesse caso os titulares de pequenas liberdades ver-se-iam excluídos
do poder… se partirmos do princípio que eles são em maior número, este tipo de
representatividade não funciona.
Enfim, não sei muito
bem o que quer dizer essa história da democracia… parece-me mais uma forma de
arrebanhar a liberdade de todos e beneficiar apenas alguns… às tantas os mesmo
que beneficiariam com uma ditadura.
Proponho por isso que
se altere o nome de democracia para ditamole.
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