sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Cidade Oculta


Dentro dos muros de uma cidade, habitam muitas cidades.
Habita a cidade da noite, que existe, não quando o sol se põe e a penumbra cai, mas quando a cidade do dia adormece por fim.
Habita a cidade do desencanto,  daqueles que fazem seus os vãos de escada.
Habita a cidade do faz de conta, traçada a régua e esquadro nos gabinetes que não a vivem.
Habita a cidade perpendicular, dos encontros e desencontros.
Habita a cidade paralela, dos que jamais se cruzarão.
Habita a cidade das histórias, das que se contam,  das que se guardam e até mesmo das que jamais existiram nem nunca existirão.
Habita a cidade solar, iluminada e exposta, mais a lunar, feita de véus que lhe dissimulam as formas.
Habita a cidade da esperança e do desencanto, da dor e do júbilo, dos amores e desamores, da paixão, da indiferença.
Dentro dos muros de uma cidade habita gente.
Se gente não houvesse dentro dos muros da cidade moraria  uma necrópole.
Sombras de sombras de sombras...

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