domingo, 10 de julho de 2011

Protesto


Vamos todos protestar!
São as agências de notação, essas malvadas, as testas de ferro dos especuladores, é a Grande Prússia, são os descendentes dos tipos que viajaram no Mayflower, os grandes interesses obscuros da finança internacional, o vento e a chuva, o granizo, a neve carbónica, os resquícios do carbúnculo, o acaso, a má hora...
Protestemos, protestemos! Façamos marchas infindáveis  Av. da Liberdade abaixo, com bombos e cornetas chocarreiras e palavras de ordem! Façamos greves articuladas com as associações patronais, com pré aviso, dia e hora marcados, para que se não crie a falsa ideia de querermos realmente mudar.
Juntem-se os oitenta por cento dos incomodados eleitores votantes, dos lambe botas sistémicos que sustentam o centrão e que obedientes se queixam quando os mandam e aplaudem quando lhes é sugerido.
Morra-se à míngua de protesto na boca, de braço no ar, de punho cerrado, morra-se!
Revolução é que não! Imensa varridela nos tiranetes de opereta, isso nunca! Presidente, Governo, Maioria! Rebanho, sempre!
É tão bom ter quem pense por nós, quem decida por nós, quem nos suicide por nós.
A culpa emigrou! Está toda lá fora!  Somos as vítimas porque é essa a nossa profissão, gostamos de sê-lo, gostamos de queixar-nos, temos aversão à Liberdade.
Olhamo-nos ao espelho e gostamos do que vemos, somos burros! não atingimos que a bela imagem que contemplamos é precisamente o inverso daquilo que somos...

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