sábado, 23 de julho de 2011

Se As Galinhas Tivessem Cristas Chamavam-se Assunção


Bicadita aqui, bicadita acolá vão-se compondo simulacros de ideias, depois embrulham-se, convoca-se a comunicação social, que o mesmo será dizer reunem-se os escribas do costume, mais aqueles que mandam nos escribas e lançam-se umas atoardas para o pagode.
Abolição do uso de gravata para poupar na factura energética; brilhante! Vian onde estás tu, meu velho?
O que tem piada, mesmo muita piada, é que o povo gosta. A uns tiram a gravata a outros o emprego... é justo! afinal a crise é para todos e como diz o homem de Boliqueime, há que repartir sacrifícios...
Agora pelos vistos vamos ter as farmácias sem gravata, a ideia é boa; abarbatam-se uns pobrezinhos adoentados à porta do hospital e encaminham-se para a Câmara Municipal mais próxima, depois, arranjam-se uns atestados de indigência e, munidos de tão precioso documento, os pobretanas podem abastecer-se gratuitamente nas farmácias sem gravata, aquelas que disponibilizam parte dos seus lucros para distribuir umas quantas aspirinas de borla. Se além de doentes crónicos forem pobres crónicos, tanto melhor, poderão inscrever-se numa ong recente, " As Seguidoras de Madre Supico Pinto" e ficarão automáticamente a cargo de uma senhora qualquer que queira contribuir para a resolução da crise. Os pobres de Madame Espírito Santo, ou os indigentes da primeira dama, ou ainda os desafortunados da Senhora Tal, a título de exemplo.
Todos os anos por altura dos casamentos de Stº António as senhoras desfilarão com os seus pobres predilectos para receberem o merecido aplauso, a justíssima consagração.
A medida é boa e deve alargar-se aos transportes e à água, com as empresas privadas de distribuição da dita a cederem gratuitamente garrafões de cinco litros, mediante comprovativo de pobreza.
Bem hajam as Assunções mesmo que sem Cristas.

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