foi ou não foi?

A manifestação de ontem em Évora foi o que foi, mas foi!

É muito chato perder horas a reunir, a congregar esforços, a sacar umas crôas do bolso para suportar custos que sempre existem, a deixar a família em casa para ir a reuniões ou colar cartazes, enfim é complicado pôr uma coisa destas de pé.

As críticas que têm vindo a ser feitas são legítimas, quem anda à chuva molha-se.

Convém apesar de tudo salientar, que quer a organização da manifestação foi pública e aberta a quem nela quisesse participar, quer a própria manifestação teve um espaço aberto para que todos pudessem dar a sua opinião, mesmo que ela fosse um incitamento a outras formas de luta; no momento, depois noutro dia qualquer, até mesmo no sofá da sala.

Foi lirismo, devaneio, erro de cálculo pensar que desbravar caminho fosse um passo positivo, não um retrocesso?

Já houve nesta cidade outras manifestações, organizadas por partidos políticos, forças sindicais, enfim… com um aparelho por trás; esta não! foi uma manifestação de cidadania levada a cabo por cidadãos, foi  de todos os que nela quiseram participar, foi por isso mesmo o que quiseram que ela fosse.

Aceito que a maioria das críticas tenham a montante o desencanto, a revolta que anseia manifestar-se, a sensação de impotência perante o desastre anunciado, mas isso é nada; é falar, lançar palavras no vento, ou no éter, ou onde quer que seja… Porque qualquer acto por ínfimo que seja é sempre mais do que palavras. Por isso nem necessito repetir que ontem houve uma manifestação de cidadãos em Évora! Com dez, com vinte, com mil, aconteceu! Fez-se e por ter acontecido hoje é falada e escalpelizada e apoiada por uns e criticada por outros…

Para a próxima que se faça mais e melhor. Eu por mim estou sempre disponível.

Ahhh e se não se fizer eu vou para onde se faça alguma coisa e vou lá chegar e dizer que estou farto de sofá e que quero é viver.