Temos um Presidente da
República indignado.
Não concorda com os
cortes nos subsídios de férias e de natal, que serão aplicados a partir de 2012
(sabe-se lá até quando) aos funcionários públicos.
Afirma-o corajosamente
e refere que já o tinha afirmado antes. O homem, essa bandeira dos deserdados,
é a favor da equidade fiscal.
De seguida, quando
falar à nação no dia da greve geral, ladeado pelos representantes dos
sindicatos, exigirá a taxação das grandes fortunas, a cativação dos nove milhões
de euros que saem diariamente para os mais diversos offshores, defenderá que a
banca pague IRC ao nível das restantes empresas, exigirá que os bens daqueles
que se aboletaram com os roubos no BPN, BCP e afins revertam para o Estado,
afirmará a necessidade da devolução dos prémios de produtividade por parte dos
gestores de empresas públicas que sempre deram prejuízo, gritará o fim das PPP,
dirá alto e bom som que desde os anos setenta o salário mínimo aumentou cerca
de setenta euros e as pensões mais baixas cerca de trinta, indignar-se-á contra
o fim da escola pública e com as taxas moderadoras na saúde, rejeitará
publicamente a ciranda entre o governo e os grupos económicos por parte de
alguns figurões que por aí pululam, tomará posição firme contra as privatizações
dos CTT, da CGD, da Água, de todas as empresas cuja a actividade seja nuclear
para a garantia dos nossos direitos mais elementares, garantirá perante todos a
primazia do interesse nacional sobre as negociatas dos credores ao defender uma
auditoria à dívida soberana…
Finalmente temos
homem! Enganam-se os que dizem que isto tudo é apenas por causa dos dez mil e
tal euros que ele recebe de pensões…
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