sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A estranha morte do 25 de Abril

Morreu.E o mais estranho que quase ninguém deu por isso. Era razoavelmente novo. Mas sofria de uma série de maleitas: "direitos adquiridos", proibições várias, gratuitidade do ensino, serviço nacional de saúde, "gorduras" no Estado, funcionários públicos, taxas de mortalidade infantil ao nível dos países mais desenvolvidos do mundo, proibição do despedimento individual, eu sei lá...
Não foi de repente.Foi-se indo abaixo, como diria o meu já velho avô. Foi-se indo abaixo.
Os leitores sabem quando encontram alguém com quem já não estão há muito tempo e percebm que a doença já mina essa pessoa? A cor, mais magros..macilentos...
Vi isso. Um dos sintomas. Uma coisa ligeira. Ninguém ligou. Foi o fim do velho modelo de gestão das escolas. O modelo das eleições. Uma coisa que sempre fez confusão aos especialistas da OCDE.
Um dia maçarei os estimados leitores com uma posta sobre este extraordinário assunto...
Dizia eu que o tipo morreu faz agora um mês e picos...
Sem dar por isso, os habitantes deste extraordinário pais, que há tantos anos me acolhe, resolveram mudar o regime político em que viviam.
Quando nos propomos dar remédios quase fora de validade aos pobres..quando "aligeiramos" as regras nuns sítios e noutros não, quando transformamos o estado que fornece serviços universais, no estado que ajuda os pobres, mudou o regime consagrado na Constituição.
Nem deram por isso. O que é ainda mais estranho.

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