sábado, 27 de agosto de 2011

A Frátria A Mátria e a merda da Pátria


Então está bem. Há um ministro da educação que em Agosto de 2011, pleno séc. XXI portanto, afirma que os alunos não vão passar fome no que à escola diz respeito, está bem de ver. Este senhor é ministro num País que em Agosto de 2011, em pleno séc. XXI convém recordar, debate se as grandes fortunas devem ser taxadas, bem como as mais valias resultantes de operações bolsistas e etc e tal.
Entretanto a grande maioria dos concidadãos do tal ministro está a ser esmifrada até ao tutano. Com a iliteracia reinante e com mais de dois milhões de pessoas abaixo do limiar da pobreza, será pertinente a hipótese de mandar o pessoal todo para a escola... assim pelo menos teríamos almoço garantido e umas sandochas para o lanche, isto enquanto os senhores das tais fortunas insultuosas não se dignassem mandar o governo colectar-lhes umas migalhitas, está claro.
É por demais evidente que vivemos num modelo esgotado, que a social democracia já não dá resposta a rigorosamente nada e que a economia da desigualdade que ela visa proteger, não é mais a economia da desigualdade, antes um sistema em ruptura, cheio de "colesterol" prestes a dar o estoiro, fulminante, sem remédio.
Aquela coisa dos vasos comunicantes até faz um certo sentido, já que habitamos todos o mesmo planeta e sendo o dinheiro neste momento uma abstracção de iluminados, sem cor, nem cheiro, nem consistência e que dispensa bem espaços físicos de aforro, como o colchão de palha, ou os bancos, ou as panelas de ferro enterradas no quintal, poder-se-ia olhar mais para as pessoas, para as suas necessidades, do que para o tamanho dos seus bolsos.
Estou mesmo a ver o pessoal do papel a levar consigo as suas inestimáveis riquezas para as grandes pastagens do Manitu... Tá bem tá! Aliás esses tipos vivem a contra ciclo já que falamos das grandes pastagens. Se repararmos com atenção, enquanto vivos têm todos, ao contrário da maioria, casas com ar condicionado... enquanto que depois de mortos, ao contrário da malta, utilizam compartimentos estanques, para que não entre nem ar nem bicho. A solução é mesmo por os vasos comunicantes a funcionar, já que estamos em Agosto de 2001, séc. XXI, nunca é demais recordar.
Falam esses iluminados de Pátria, dos valores da Pátria, mas a pátria é o espaço castigador, do preconceito, da limitação pelo território. Gosto mais da Mátria, dos afectos, do encanto, do bem estar que só a sua doçura nos dispensa. A Frátria também não está mal; a minha há muito escolhi, é a dos deserdados, dos silenciados, daqueles que reclamam a sua parte neste talhão injusto que os donos das Pátrias traçaram com o nosso sangue.
A revolução não é pensada, não tem sequer de o ser. é tão somente a revolta em movimento, o resto se verá.
Por agora que se movam os revoltados, que a Mátria ajuda.

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